Não será nesta eleição que o eleitor baiano vai ficar sabendo, antes de votar, quais foram os financiadores privados das campanhas dos candidatos ao governo do Estado, que estimam gastar, juntos, cerca de R$ 90 milhões. Embora haja consenso de que o patrocínio das campanhas políticas por grandes empresas favoreça a troca de favores e cria um ambiente de “poder” do setor privado nas gestões públicas, nenhum dos comitês financeiros dos candidatos se dispôs a divulgar o nome das empresas antes do prazo legal. O Tribunal Superior Eleitoral dá 30 dias, após o pleito, para a prestação final das contas.
A justificativa dada pelas coordenações, na última sexta-feira, foi a de que os dados ainda estavam sendo contabilizados. “Só depois das eleições, porque estão sendo processados”, disseram assessores da campanha de reeleição do governador Jaques Wagner (PT). No PMDB, do candidato Geddel Vieira Lima, a informação foi a de que a eleição estava em curso e novos doadores poderiam surgir.
Mais R$ 7 milhões - Na segunda prestação parcial de contas divulgada em 3 de setembro, os quatro principais candidatos ao governo – Jaques Wagner (PT), Paulo Souto (DEM), Geddel Vieira Lima (PMDB) e Luiz Bassuma (PV) – só declararam a arrecadação de pouco mais de R$ 17 milhões, ou, cerca de 20% do total previsto.
Mas os gastos não pararam. O governador e candidato à releição, Jaques Wagner, por exemplo, solicitou e teve aprovado, na sexta-feira, pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o direito de investir mais R$ 7 milhões. O petista havia programado no início do pleito gastar R$ 26 milhões. O aumento autorizado torna a campanha de Wagner a mais cara da corrida sucessória na Bahia.
O cientista político Jorge Almeida assinala que, enquanto houver financiamento por parte de empresas, será difícil ter controle e transparência no processo, porque, mesmo com a prestação final dos gastos, o doador muitas vezes não aparece.
“Acho que não tem solução, só se o partido for impedido de transferir dinheiro para candidato ou se for proibido candidato produzir material de campanha para outro”, pontua Almeida, que não vê “dificuldade técnica” para as coordenações das campanhas divulgarem quem são os doadores das campanhas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário